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Campo Grande obtém menor inflação dos últimos 18 anos

on qui, 13/12/2018 - 16:32
quinta-feira, 13 Dezembro, 2018 - 16:30
Foto: arquivo / Correio do Estado
 
O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) divulgado nesta quinta-feira (13), identificou uma deflação de -0,10%,  no mês de novembro. Isso significa o resultado mais baixo dos últimos 18 anos, informa o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes).  
 
O coordenador do núcleo de pesquisa da Uniderp, Celso Correia de Souza, confirma que a taxa só foi superada por outra registrada em novembro de 2000, quando o índice chegou a -1,02%.  "As quedas de energia elétrica, combustíveis e artigos de uso pessoal foram os grandes responsáveis por essa deflação em Campo Grande", ressalta. 
 
Os índices dos grupos que mais contribuíram para retração do índice econômico foram: Habitação, com taxa -0,87% e contribuição de -0,10%; Transportes, com indicador -0,44% e participação de -0,07%; Despesas Pessoais, com -0,78% e contribuição de -0,07%; e Vestuário, com deflação de -0,55% e contribuição de -0,04%. 
 
O comportamento de deflação apresentando em novembro fez regredir, ainda, a inflação acumulada, que em outubro beirou a meta do Conselho Monetário Nacional (CNM) para o país em 2018. Contando os 11 meses de 2018, o acumulado está em 3,56%; já em 12 meses, o indicador é de 3,99%, abaixo do centro da meta inflacionária do CMN, que é de 4.5%.
 
Para o pesquisador da Uniderp, o resultado não era esperado para o período, porém deu sinais que a inflação deste ano ficará dentro da meta inflacionária. "A estabilização do valor do dólar frente ao real pode acabar por influenciar o índice de inflação, com quedas de preços de alguns produtos importados como o trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos, gasolina e produtos natalinos em geral", complementa Celso.
 
O professor informa, também, que os fatores que poderão ainda ajudar na redução da inflação neste ano são o nível de desemprego no país, os altos juros praticados na economia e o grau de endividamento da população, fatores que motivam a queda de consumo, inclusive, em produtos de alimentação.
 
SEGMENTOS EM DESTAQUE
 
O grupo Habitação apresentou uma forte deflação em seu índice, -0,87%, em relação ao mês anterior. O resultado foi motivado, principalmente, pelas reduções de produtos e serviços como: vassoura (-5,12%), energia elétrica (-4,06%), desinfetante (-2,40%), sabão em pó (-1,42%), entre outros.
 
Já a Alimentação apresentou alta de 0,47%. As maiores elevações foram identificadas com a cebola (37,68%), tomate (34,45%), maracujá (33,55%), entre outros. Reduções de valor ocorreram com: limão (-33%), abacaxi (-26,73%), melão (-26,04%), entre outros.
 
Para Celso, a inflação do grupo é reflexo do clima severo nas regiões produtoras de alimentos, principalmente, frutas e legumes, que tiveram reajustes de preços e queda na qualidade.
 
"O grupo Alimentação é o melhor termômetro para explicar o comportamento da inflação ao longo do ano, pois, tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário geral, e tem grande importância para o consumidor, por se tratar de alimentação. Ele sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns de seus produtos", conclui o pesquisador da Uniderp.

Fonte: Correio do Estado