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Camapuanense é destaque por esfiha pantaneira feita há 18 anos em Campo Grande

on ter, 07/10/2025 - 13:35
terça-feira, 7 Outubro, 2025 - 13:15

O camapuanense Lindomar Vicente Carmargo, de 51, que mora em Campo Grande, juntamente com sua esposa, Elisangela Alves Justino, de 46 anos, foram destaques de reportagem do site Campo Grande News, na coluna Labo B, o fato da matéria especial se deve ao sucesso de um cardápio de salgados fora do convencional que faz sucesso na capital do Estado, confira a matéria. 

Elisangela Alves Justino e Lindomar Vicente começam produção dos salgados ás 4h (Foto: CG News Natália Olliver)

Na lanchonete que leva o nome dado pelo “povo”, a Paraguaia, que do país só tem o apelido, aplicou os segredos que conquistou durante 20 anos de serviços domésticos em salgados com sabores diferentões. No cardápio de Elisangela Alves Justino, de 46 anos, a esfiha de carne de sol e banana-da-terra com queijo, batizada de pantaneira, e a de pimenta-biquinho, queijo e hortelã são atrações e campeãs de venda. 

 Ali, todos os dias os salgados são fresquinhos e começam a ser feitos às 4h da manhã. Só assim para conseguir dar conta dos 200 que saem por dia no pequeno negócio, em frente ao Terminal Aero Rancho. Com sorriso no rosto, ela conta que tem sido assim nos últimos 18 anos e que o espaço foi conquistado com muito esforço e parceria do marido, Lindomar Vicente Carmargo, de 51. 

  “A vida toda mexi com comida e cozinhava, fazia almoço, janta na casa dos patrões. Depois de anos, vim pra cá e abri uma garaparia na frente do Hospital Regional, e em casa comecei a fazer chipa pra vender lá. Vi que aqui precisava de salgado. Não tinha nada e, nesse tempo, o que tinha era ruim, para falar bem a verdade.” 

 Esfiha panteneira é carro-chefe da casa junto com a esfiha de pimenta-biquinho e hortelã (Foto: Natália Olliver) 

Ela se orgulha de manter a tradição dos salgados fresquinhos e diz que a alegria é ver os clientes comerem eles quentinhos às 6h30, quando termina as primeiras fornadas. “Tem gente que espera sair só pra comer bem quente.” 

 Nascida em Dois Irmãos do Buriti, a “paraguaia” chegou à cidade sem saber o que fazer, mas qualquer coisa era melhor que a vida que levava. Depois que deixou a garaparia, começou a ser vendedora ambulante em frente ao terminal. Anos depois, ela e o marido conseguiram abrir um espaço físico. O que começou com uma portinha hoje tem mesas simples para acomodar os clientes fiéis que fazem questão de passar e comer a tradicional esfiha pantaneira. 

“Vem muita gente sofrida, viu? É triste. Vi muita gente morrer de câncer ali no Regional. Meus clientes, então, nem se fala. Era tanto que as mães de alguns chegam até hoje aqui e choram. Tem uma família que faz anos que vem, o rapaz morreu e eles continuaram. É uma situação tão difícil que a gente acaba se pegando, faz amizade.” 

Lanchonete existe há 18 anos com salgados fresquinhos feitos pelo casal (Foto: Natália Olliver) 

Ela conta que o apelido “Paraguaia” foi herança dos clientes vindos de outros estados que achavam que ela se parecia com uma. A brincadeira acabou pegando. “O pessoal de fora que vinha consultar e fazer cirurgia falava: ‘cadê a Paraguaia?’ Aí ficou.” 

 


Elisangela se orgulha do cardápio que criou: saltenha de frango com creme de leite, pastel assado e esfiha fechada tradicional, hambúrguer de carne com presunto e queijo. Nada muito diferente, mas feito do jeitinho dela. Aqui ela conta que o hambúrguer é uma produção caseira, feita com patinho. Enroladinho de frango e carne também estão na lista. Todos saem por R$ 10,00, exceto a esfiha pantaneira, que custa R$ 12,00. 

Há todos esses anos ao lado da Paraguaia, Lindomar conta que os trabalhos são compartilhados. A parte dele é acordar cedinho para fazer a massa. Enquanto isso, a esposa faz os recheios e ele coloca os salgados no forno. Depois, é a vez de Elisangela retirar e atender o balcão enquanto o trabalho se repete. 

 

    Ele explica que, depois de fazer os 200 e até chegar a 250 por dia, a produção para e só vende o que tiver. Quem não comprou, só no dia seguinte. Nem sempre foi assim. Lindomar trabalhava em uma peixaria e ficou no local por 14 anos antes de se juntar à esposa nos salgados e garaparia. 

 “Eu era de Camapuã. A gente se conheceu, casamos e viemos pra cá, tem quase 40 anos de casados. A gente abre às 6h30 e fecha às 17h. Fazemos sempre de 190 a 200 todos os dias, mas tem dia que passa. Vamos ver o movimento de manhã para ver, mas quando acaba, aí não fazemos mais nada, só vendemos.” 

  A lanchonete da Paraguaia fica na Avenida Hunter Hans, 3449, em frente ao terminal  do Aero Rancho. Mas ela avsa logo de cara, ali, não tem fiado....


Matéria do CG News, fotos: Natália Olliver