Skip directly to content

Delegado diz que PF tem mais de mil horas de gravações na máfia do câncer

on ter, 19/03/2013 - 13:46
terça-feira, 19 Março, 2013 - 13:45

Pelo menos mil horas de escutas telefônicas fazem parte das investigações da Operação Sangue Frio deflagrada hoje pela PF (Polícia Federal), de acordo com o superintendente do órgão Edgar Paulo Marcon. Os dados exatos não foram confirmados, mas segundo Marcon, os telefonemas somam números bem maiores que mil.

A operação investiga falcatruas no Hospital do Câncer e Hospital Universitário de Campo Grande, como crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, peculato e fraudes de licitação.

Marcon frisou na manhã de hoje, que as fraudes se tratam de uma “máfia”. “É um monopólio, uma máfia. É difícil crer que os órgãos municipais ou estaduais não funcionem e só os particulares, já que a mesma pessoa controlava os dois”.

O Hospital do Câncer é suspeito de servir como fachada para desvio de dinheiro público. A unidade oferece tanto atendimento privado quanto pelo SUS e é administrado pela Fundação Carmem Prudente. Na semana passada, o MPE (Ministério Público Federal) acionou a Justiça para pedir o afastamento dos diretores.

A unidade mantém contrato com a empresa cujo um dos proprietários é Siufi, cobrou por atendimento a paciente morto e remunera parentes do diretor com altos salários. Outro detalhe é que a Neorad recebia tabela SUS (Sistema Único de Saúde) mais 70%. Em quatro anos, foram R$ 12 milhões. Em 2011, o hospital recebeu R$ 15,4 milhões de recurso do SUS.

No setor de quimioterapia, onde a média diária é de cem atendimentos, a responsável pelo setor de faturamento foi questionada sobre controle dos pacientes e APACs (Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade/Custo).

Já no Hospital Universitário, são investigadas fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras. A Justiça Federal determinou que quatro pessoas fossem afastadas do hospital, sendo dois servidores e dois terceirizados. Os nomes não foram informados.

No ano passado, o hospital entrou na mira do MPF (Ministério Público Federal) por recusar recursos do governo federal para a radioterapia.

CG News