Skip directly to content

Em MS, 46% das empresas perderam faturamento e 38% tiveram que demitir

on seg, 11/05/2020 - 21:00
segunda-feira, 11 Maio, 2020 - 20:45

Em Mato Grosso do Sul, 38% dos empresários tiveram que demitir e a queda média do faturamento ficou em 46% desde o início da pandemia do coronavírus. Os dados são da pesquisa  “Impactos do Coronavírus no Comércio de Bens e Serviços de Mato Grosso do Sul” divulgada pelo Sebrae e o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio/MS.  A pesquisa ouviu 1.717  consumidores de todo o Estado, entre os dias 06 a 27 de abril e 217 empresários, entre 15 a 22 de abril, com 95% de nível de confiança e 6,5% de margem de erro.

Empresários mudaram negócios para se adaptar aos novos tempos (Henrique Kawaminami)

Os segmentos que tiveram mais impactos negativos sobre o faturamento foram os de hotéis, eventos, restaurantes e similares, cujas variações ultrapassaram 50%. Os menores impactos ocorreram sobre o segmento de nutrição e saúde, bem como nos supermercados e similares, que tiveram alguns aumentos pontuais entre 10% e 50%.

O levantamento apontou que  1% dos empresários deram férias aos funcionários; 26% optaram pela suspensão temporária de alguns contratos de trabalho;15% das empresas permitiram que os colaboradores trabalhassem em casa.

Com relação ao trabalho presencial, 17% dos colaboradores foi dispensada momentaneamente, mas as empresas continuam pagando os salários ou parte dos salários. As empresas , em torno de 20% também permitiram que os colaboradores façam revezamentos de horário; 11% renegociaram os salários com os colaboradores 31%, alteraram a carga horária dos colaboradores e 71% fizeram alterações nos canais de venda e divulgação.

A busca por crédito é tendência a ser seguida por, 64% dos empresários ouvidos. Eles disseram que querer tentar acessar o crédito. O índice é mais expressivo no setor de restaurantes e similares com 85% dos entrevistados.

O estudo foi realizado online com envio para todos os municípios do Estado. Ao todo, 18 cidades responderam, agrupadas em quatro mesorregiões para amostras mais representativas do comportamento regional: Centro-Norte (Campo Grande e Coxim), Leste (Três Lagoas), Pantanais (Corumbá/Ladário) e Sudoeste (Dourados e Bonito).

Comércio local – O levantamento mostrou ainda os hábitos de consumo da população. A região pantaneira, por exemplo se destacou no que se refere a amenizar os impactos da pandemia de Covid-19 na economia estadual. Os consumidores de Corumbá e Ladário são os que mais priorizam comprar do comércio local, mesmo que à distância.

Segundo o estudo, 89% dos consumidores relataram que, ao fazer compras, os negócios locais são prioridade. O cenário pode ser explicado por fatores geográficos – como um maior prazo de entrega para produtos comprados de lojas online por questões logísticas –, e principalmente pela preferência do consumidor, ao comprar de empresas que já conhece na sua cidade.

A pesquisa mostra ainda que, para atender à demanda da população, 90% dos empresários mudaram os canais de comercialização – neste ponto, o índice da região também foi o que obteve o maior destaque de Mato Grosso do Sul. A expectativa é que, passada a pandemia relacionada ao novo coronavírus, a recuperação econômica em Corumbá e Ladário tenderá a ser mais rápida em comparação às outras mesorregiões do Estado.

Adequações - A analista do Sebrae/MS, Vanessa Schmidt, os empreendedores agiram rapidamente. “As empresas da região foram as que mais alteraram os canais de comercialização, mostrando que houve uma rápida adequação a uma nova necessidade do mercado, fator fundamental para a manutenção das vendas”.

A pesquisa aponta ainda que 48% dos empresários entrevistados irão manter as alterações realizadas nos canais de comercialização, incluindo por exemplo novos canais. Entre eles, estão especialmente os digitais, como sites, redes sociais e aplicativos, como o WhatsApp.

Para Vanessa Schmidt, é importante que os negócios busquem as necessidades dos clientes. “Os canais de comercialização são utilizados tanto para a venda de produtos quanto para conseguir manter a proximidade e a rápida comunicação. A maioria dos consumidores pesquisados ressaltaram que preferem comprar do comércio local, embora queiram se sentir seguros. Por isso, é fundamental que as lojas físicas se adequem para atender ao novo comportamento”.

Além de se atentar ao novo padrão de consumo, a orientação do Sebrae para os empreendedores é que tenham atenção redobrada à gestão da empresa. “O momento exige que o empresário faça uma gestão cuidadosa do seu negócio, acompanhando os indicadores da empresa, revendo custos e processos, aumentando a eficiência da operação e buscando orientação para a correta tomada de decisão”, finaliza a analista.


Fonte: Campo Grande News