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Estudante de Camapuã se assusta com Bomba de gás e tumulto que matou 4 na Bolívia

on qua, 11/05/2022 - 01:04
quarta-feira, 11 Maio, 2022 - 01:00

Uma bomba de gás lacrimogêneo lançada durante uma reunião de estudantes no ginásio da Universidade Autônoma Tomás Frías, em Potosí, na Bolívia, vitimou quatro universitárias. As jovens morreram pisoteadas após confusão gerada com o artefato. De acordo com jornais locais, outras 70 pessoas ficaram feridas e o hospital da cidade de 270 mil habitantes colapsou.

Além das mortes, aproximadamente 70 pessoas ficaram feridas com a explosão da granada (Foto: El Deber/APG)

Por conta da proximidade com o Brasil – a Bolívia faz fronteira com Corumbá, Mato Grosso do Sul -, o país vizinho recebe brasileiros para estudar. Caso do jornalista Flávio Dias, natural de Camapuã, que em 2021, decidiu mudar de área e se formar como médico na Udabol, em Santa Cruz de la Sierra, maior cidade do país.

Em entrevista ao Primeira Página, o estudante comentou sobre o clima de preocupação entre os universitários após a tragédia.

“A gente fica meio triste e preocupado ao mesmo tempo, porque acho que qualquer universidade pode sofrer esse risco. Parece que foi um desentendimento entre dois grupos e alguém que ainda não foi identificado soltou essa bomba, e foi aquele desespero. Aí você imagina, né?! Nesse cenário de guerra que a gente vive no mundo inteiro, você vai querer tentar achar uma saída. Não sei nem se lá tinha saída de emergência para comportar tantas pessoas”, ele comenta.

Anfiteatro da universidade boliviana Udabol, em Santa Cruz de la Sierra (Foto: Arquivo Pessoal)

A confusão e a correria após a bomba de gás lacrimogênio, que vitimou as estudantes, ocorreu no ginásio de uma universidade. De acordo com Flávio, reuniões em ginásios e auditórios são comuns. Ele mesmo participa de várias e disse que não saberia o que fazer em uma situação como a vivenciada pelos estudantes da cidade vizinha.

“Acho que, no desespero de lutar pela vida, você faz qualquer coisa. Eu não sei como reagiria, acho que tentaria também sair o mais rápido possível para tentar me salvar. E agora é torcer para que esse número de mortos não amente mais. Mas eu acho que pode aumentar, porque o negócio foi feito. Então eu acho que no desespero de lutar pela vida você faz qualquer coisa”, afirma o estudante.

Flávio Dias deixou o Mato Grosso do Sul para estudar medicina na Bolívia (Fotos: Arquivo Pessoal)

Para Flávio, o que aconteceu virou motivo de preocupação entre estudantes de várias localidades da Bolívia.

“Quando mandei essa informação para um colega, ele ficou bem assustado, porque as informações estavam desencontradas. E por estudar também em uma universidade que tem esses eventos em anfiteatros e ginásios, o pessoal fica meio apreensivo”, relatou.

Até o fechamento dessa matéria, não foram divulgadas mais mortes.


Fonte: Primeira Página