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Os perigos de ouvir áudio acelerado no WhatsApp

on qua, 05/07/2023 - 16:32
quarta-feira, 5 Julho, 2023 - 16:30

Desde que o aplicativo de WhatsApp inseriu a ferramenta de ouvir áudio no modo acelerado que a rotina do Coordenador Comercial de 30 anos Maykon Barreto não é mais a mesma. Adepto assíduo do aplicativo de mensagens, só escuta os áudios na velocidade máxima. “Ah! Eu não tenho paciência. Uma vez que você vai para a velocidade 2, é um caminho sem volta ", diz o rapaz.

Imagem: reprodução

Maykon é um jovem com a rotina bem agitada, ele trabalha com eventos e diz que praticamente 100% do seu trabalho é feito pelo aplicativo de mensagem. Para ele, o recurso de acelerar a mensagem é bem vindo, já que a maioria das pessoas preferem enviar áudios a fazer uma ligação, por exemplo.

Maikon Barreto - Imagem: arquivo pessoal

Seja pela economia de tempo ou simplesmente porque se acostumaram a esse “novo jeito” de ouvir áudios, o que acontece é que assim como o Maykon, é cada vez mais comum encontrar alguém que perdeu a paciência para ouvir mensagens na velocidade normal. Especialistas dizem que essa forma de ouvir áudio pode até trazer uma economia de tempo, mas também traz uma boa dose de ansiedade, com reflexos que vão bem além da impaciência

De acordo com a psicóloga Ana Flávia Weis, a sensação de ganho de tempo não compensa os malefícios de uma eventual ansiedade turbinada. Segundo ela, a curto prazo temos um aumento da impaciência e uma dificuldade de aceitar o ritmo das coisas, o que vai progressivamente nos tornando mais ansiosos e com baixa disponibilidade pra aproveitar o momento.

Psicóloga Ana Flávia Weis - Imagem: arquivo pessoal

Já a longo prazo, os prejuízos são maiores, relata ela. “Estar o tempo todo querendo acelerar as coisas nos deixa em constante estado de alerta o que afeta nossa capacidade de memória, concentração, foco, criatividade e a capacidade de ter um sono reparador, aumentando assim a sensação de fadiga excessiva ao longo do dia”, completou.

Os psiquiatras vão mais além no que se refere aos prejuízos do uso excessivo dessa ferramenta implementada em março do ano passado. Segundo ele, ela faz com que o cérebro trabalhe por mais tempo no modo de alta intensidade, e esse "hiperfuncionamento" é prejudicial aos neurônios, além disso dificulta a capacidade de identificar atividades prazerosas, apreciar as coisas e sentir prazer.


Fonte: Capital News