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Parque Tecnológico vai gerar 35 mil vagas de empregos em 40 municípios de MS

on qui, 03/09/2015 - 12:00
quinta-feira, 27 Agosto, 2015 - 11:45

O Parque Tecnológico Internacional (PTIn) que será instalado na cidade de Ponta Porã (MS) vai impactar diretamente no desenvolvimento socioeconômico de 40 municípios de Mato Grosso do Sul, gerando oportunidades empreendedoras e acadêmicas, com benefícios diretos para indústria e outros setores envolvidos. Inspirado do Parque Tecnológico de Itaipu, de Foz do Iguaçu (PR), a estrutura em Ponta Porã tem inauguração prevista para 2016 e de acordo com a equipe técnica do projeto, a expectativa é de que 35 mil vagas de empregos, diretos e indiretos, sejam gerados na região da fronteira Brasil-Paraguai.

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, o impacto na economia na fronteira será imediato e o Parque multiplicará as opções de investimento na região. “O PIB do Paraguai poderá crescer este ano em torno de 8% a 11%. A estrutura do Parque tecnológico ampliará essa expectativa apresentando novas oportunidades de negócios, além de impulsionar a competitividade das indústrias sul-mato-grossenses", afirma Longen.

Além das oportunidades de trabalho e aumento de renda, o PTIn tem a finalidade de estimular o acesso a níveis mais elevados de educação, envolvendo o tripé: ensino, pesquisa e extensão, baseado na modernização e introdução de novas tecnologias. “Comunidades das faixas de fronteiras dos países latinos americanos impõem aos agentes econômicos, políticos e sociais responsáveis, a necessidade de impulsionar ações de desenvolvimento e inclusão social, que os afastem da criminalidade e situações de riscos e vulnerabilidades”, destaca o administrador, que contribuiu para o desenvolvimento do projeto, Harduin Reichel, ao justificar a localização do Parque com os índices de criminalidade, segurança e educação na divisa entre os países.

Parte da mão-de-obra utilizada na construção do Parque serão de profissionais capacitados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), mesma entidade que oferecerá cursos no Parque Tecnológico, que futuramente atenderá as demandas da indústria regional. “Muitos dos nossos cursos já ocorreram na região de Ponta Porã, que já concentra alto nível de qualificação. As capacitações que acontecem a partir deste ano, já qualificam pessoas de diferentes classes sociais, diferentes municípios e países, que vão contribuir para a evolução econômica e social da fronteira Brasil-Paraguai”, enfatiza Longen, ao ressaltar o estímulo à renda da população impactada.

Além das oportunidades geradas pelo Projeto e pela indústria local, a empregabilidade provocada pelo Parque  poderá estimular outros campos e movimentar mais intensamente a circulação comercial, turismo e as taxas populacionais. Na expectativa pelo desenvolvimento de outros setores, a enfermeira Paula Renata, que veio de Mato Grosso para Pedro Juan Caballero (PY), em busca da segunda graduação, espera usufruir das oportunidades. “No Brasil alguns cursos de medicina chegam a custar R$ 11 mil a mensalidade, busquei a alternativa mais viável na fronteira e já estou no quinto ano do curso. Apesar de estudar no Paraguai, resido em em Ponta Porã (MS), cidade de pessoas hospitaleiras, que tem muito a crescer. E com certeza, um projeto com a proporção do Parque Tecnológico,aumentaráo trânsito de pessoas na região, e aumentará a necessidades de novos leitos”, pontua a estudante. “Abrindo novas vagas, certamente abraçaria a oportunidade e me desenvolveria como profissional aqui mesmo”, considera Renata.

Também com expectativas quanto a geração de oportunidades na fronteira, o paraguaio Rafael Rodas Retamozo, que atualmente associa seu emprego em uma empresa de finanças, com sua empresa de bartenders, cogita tanto a possibilidade de um emprego ainda mais estável, quanto a possibilidade de aumentar os eventos noturnos. “A ideia de instalar o Parque Tecnológico aqui é muito bem-vinda. E pelos benefícios que trará com novas oportunidades de emprego e capactiações para indústria, podem aumentar o número de clientes e eventos. E ainda considero a possibilidade de me capacitar por resultados ainda melhores no mercado de trabalho”, analisa Retamozo.

Os investimentos da implantação do PTin em Ponta Porã podem atingir a cifra de R$ 290 milhões, que serão divididos em investimentos públicos, privados, financiamentos e subvenções para as empresas incubadas.

 

A fim de proporcionar o desenvolvimento regional, os responsáveis pelo projeto afirmam que o Parque Tecnológico formará, além de novos profissionais do campo e da indústria, capital humano com atuação local e em outras regiões do país. Os profissionais formados terão habilidade de transitar em diferentes áreas do conhecimento como pesquisa, ensino e ações práticas do meio público e privado. “Acreditamos no grande potencial do projeto que ampliará as fronteiras brasileiras da Ciência, Tecnologia e Inovação. O desenvolvimento de produtos tecnológicos com suporte científico, visando mercado, é algo que nós queremos e temos capacidade para isso dentro do cenário do PTIn”, destaca o diretor-presidente da Fundação de Apoio ao desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Marcelo Turine.

De acordo com o senador da República, Waldemir Moka, o Parque contribuirá para a união do setor produtivo em prol da ciência e profissionalização em todas as áreas. “Ponta Porã, assim como Itaipu, será referência em pesquisas relacionadas ao setor comerciário, industrial e agropecuário. O Parque, além de acelerar o desenvolvimento, será uma alternativa promissora para os jovens que atualmente enfrentam problemas graves, inclusive com o crime organizado”, pontua.

Atualmente os idealizadores do PTIn Ponta Porã buscam parcerias para o avanço do projeto que também prevê a integração de pessoas, instituições e segmentos empresariais, em especial, dos países da América Latina, bem como de eventuais parceiros ou conveniados internacionais.

Segundo o diretor-superintendente do Parque Tecnológico de Itaipu, Juan Carlos Sotuyo, seguindo o exemplo do Paraná e parques instalados na Alemanha, Ponta Porã tem tudo para ser uma ação bem sucedida. “O Parque de Itaipu hoje é um dos motores do desenvolvimento social. Oferecemos todo apoio e cooperação para dar continuidade a esse projeto, que servirá como ferramenta para impulsionar a inovação, pesquisa e o desenvolvimento científico-tecnológico”.

O senador Waldemir Moka afirma que o Ptin vai alavancar profissional e economicamente os municípios envolvidos. E visando o melhor tráfego nas rodovias da região, ele entregou ao Ministério do Planejamento um projeto executivo para retomada das obras de pavimentação da rodovia Sul-Fronteira. "O projeto prevê a construção e asfaltamento de 338 quilômetros de estrada, ligando o Distrito de Sanga Puitã, em Ponta Porã, a Mundo Novo, passando pelas cidades de Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas e Japorã, na região de fronteira com o Paraguai”, relata. “A rodovia contribuirá também na fiscalização contra o tráfico de armas e drogas, e contrabando na fronteira, contribuindo para o pleno funcionamento do Parque Tecnológico, que além de desenvolver o meio intelectual e econômico, terá o papel social na queda dos índices de criminalidade”, finaliza o senador Moka.

Entre os envolvidos no projeto que formam atualmente o comitê gestor provisório estão a Sepaf/MS, município de Ponta Porã, senador Waldemir Moka, deputado federal Vander Loubet; Sudeco, UEMS, Fundect, Embrapa Gado de Corte, Fiems, Famasul, Fecomércio e Sebrae/MS.

Conheça no link a seguir detalhes sobre o Parque Tecnológico de Itaipu, que serve de exemplo para as instalações em Ponta Porã – http://zip.net/bxpXQN.