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Real foi a moeda que mais se valorizou desde agosto, diz BC

on qua, 23/10/2013 - 13:54
quarta-feira, 23 Outubro, 2013 - 14:45

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quarta-feira (23), em Cingapura, que o real teve a maior valorização em relação ao dólar entre 19 países desde que o BC começou a atuar no mercado de câmbio, com leilões de dólares.

Moeda Valorização frente ao dólar americano
Real (Brasil) 12%
Dólar (Nova Zelândia) 8%
Dólar (Austrália) 7,2%
Rúpia (Índia) 5,1%
Rand (África do Sul) 4,5%
Zloty (Polônia) 4,3%
Libra esterlina (Reino Unido) 3,6%
Rublo (Rússia) 3,4%
Coroa (Noruega) 3,2%
Euro 2,4%
Franco (Suíça) 2,4%
Dólar (Canadá) 2,1%
Peso (Chile) 2%
Coroa (Suécia) 2%
Peso (Colômbia) 1,7%
Peso (México) 0,8%
Lira (Turquia) 0,7%
Iene (Japão) 0,5%
Rúpia (Indonésia) 0,2%
  • Fonte: Bloomberg/BC

Tombini apresentou uma tabela mostrando que o real se valorizou 12% em relação ao dólar desde o dia 22 de agosto, quando foi anunciado o programa de intervenções diárias no câmbio promovido pelo BC.

Ele ressaltou ser bem sucedido o programa de leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra. Para ele, as intervenções contribuíram para conferir previsibilidade na oferta de dólares aos agentes econômicos durante o período atual de transição na economia internacional.

O presidente do BC apresentou um panorama sobre a economia brasileira e oportunidades de investimentos para mais de 70 investidores em Cingapura.  O BC elevou neste mês a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual a 9,5% ao ano, e indicou que deve manter esta política econômica para combater a alta dos preços.

A prévia da inflação oficial de outubro mostrou aceleração para 0,48%, acima do esperado e pressionado por preços de alimentos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) em 12 meses

Segundo a assessoria, Tombini afirmou que o crescimento da economia brasileira tem se materializado de forma gradual, destacando o desempenho da produção de bens de capital, ligados ao investimento.

Ele elencou ainda as reformas realizadas pelo governo para ampliar a produtividade e a competitividade da economia brasileira, o programa de investimento em logística, com concessões de aeroportos, rodovias, portos e ferrovias, bem como as oportunidades no âmbito da exploração do pré-sal.

E acrescentou que o fortalecimento da confiança das empresas e das famílias, que mostra recuperação no período mais recente, também favorece a trajetória econômica.

Intervenções no câmbio

O Banco Central anunciou, em 22 de agosto, que passaria a fazer leilões de venda de dólares diariamente até o fim do ano, em uma tentativa de segurar a alta da moeda norte-americana. 

Nesse período, o BC pode injetar até US$ 60 bilhões no mercado. É a maior intervenção desse tipo desde o auge da crise internacional, em 2008. 

Até então, o BC fazia intervenções esporádicas no mercado, sempre que considerava necessário. De janeiro até agora, as intervenções do BC já somam US$ 40 bilhões.

O BC faz leilões de venda de dólares em uma tentativa de segurar a tendência de alta da moeda norte-americana. Com mais dólares sendo ofertados, o preço da moeda tende a cair.

Leilões em dias programados

De segunda a quinta-feira, o BC fará leilões de swap --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro. Serão ofertados US$ 500 milhões por dia.

Já às sextas-feiras serão realizados leilões de linha --venda de dólar no mercado à vista com compromisso de recompra-- de até US$ 1 bilhão.

Outros leilões podem ser feitos se o BC considerar necessário, informou a autoridade monetária.

Reuters/Uol