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Sarampo volta a ser uma ameaça e deixa Capital em estado de alerta

on ter, 30/10/2018 - 10:29
terça-feira, 30 Outubro, 2018 - 10:30
Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado
 
Em menos de dois meses, o número de casos suspeitos de sarampo praticamente dobrou em Campo Grande, o que representa uma ameaça e deixa a população em estado de alerta. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) investiga 28 casos na Capital, enquanto no Estado já são 33 notificações. Os dados preocupam as autoridades, que temem uma epidemia da doença. Em setembro, foram registrados 14 casos.
 
A médica infectologista da Sesau, Márcia Dal Fabbro, confirma a preocupação em todo o território nacional em razão dos casos registrados da doença em várias regiões. “O sarampo foi introduzido novamente no País pela fronteira e pode se espalhar. O Estado se encontra na mesma situação dos outros, por isso estamos em alerta”, diz.
 
As informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Sesau relativas aos casos em investigação são divergentes. O órgão estadual confirma 30 casos suspeitos de sarampo – 25 na Capital, três em Mundo Novo, um caso em Chapadão do Sul e outro em Ivinhema. Já a Secretaria Municipal diz que são 28 casos somente em Campo Grande. Ou seja, levando-se em consideração os casos notificados na Capital, a quantidade no Estado subiria para 33.
 
A diferença nos dados, de acordo com a Sesau, é por conta da elaboração do Boletim Epidemiológico do Estado, feito na semana passada e que “não considera os dados atualizados do município”. 
 
A nova atualização aponta total de 28 casos notificados na Capital, três ainda em investigação aguardando resultado laboratorial – os demais 25 casos foram descartados, ou seja, a doença não foi confirmada. “Essa divergência ocorre por conta do lançamento desses dados no sistema, que é feito conforme ocorrem as notificações por parte da unidade de origem”, explicou a Secretaria em nota.
 
VACINAÇÃO
 
Em Mato Grosso do Sul, 99,5% das crianças entre 1 e cinco anos foram vacinadas contra sarampo este ano. Já na Capital, a campanha precisou ser prorrogada duas vezes por não atingir a meta de imunização – de 95%. As crianças com um ano de idade foram as menos levadas pelos pais às unidades de saúde (UBS/UBSF) para receber as doses das vacinas na campanha contra o sarampo e a poliomielite. 
 
Das 13.728 crianças com 1 ano de idade que deveriam ser imunizadas, apenas 10.481 receberam a dose contra a poliomielite, o que representa 76,35%, e para prevenir o sarampo foram vacinadas 10.310, atingindo 75,10%. Nas demais faixas etárias (dois, três e quatro anos), a meta de 95% foi atingida ou ultrapassada.
 
“Essa faixa etária é a que mais preocupa quando não são vacinadas, pois, como o sistema imunológico está em fase de desenvolvimento, elas podem apresentar as formas graves das doenças, podendo até causar óbito. Além do mais, esses pequenos começam a ter contato com outras crianças, o que favorece o contágio”, disse a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesau, Mariah Barros.
 
 
As 68 salas de vacinação das unidades de saúde da Capital funcionam durante todo o ano. O Ministério da Saúde reforça que todos os pais e responsáveis têm a obrigação de atualizar as cadernetas dos filhos, em especial das crianças menores de cinco anos, que devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina.
 
“Temos falado para os pais procurarem as unidades para vacinar as crianças. Cada faixa etária tem indicação de imunização específica. É preciso atualizar o calendário vacinal. E em caso de febre alta, prostração, conjuntivite e até sintomas de gripe, como dor de garganta e comprometimento pulmonar, é preciso investigar, pois são indícios de sarampo. A doença viral é transmitida via oral, pelo contato”, explicou a infectologista.

Fonte: Correio do Estado