Skip directly to content

Usina de Mato Grosso do Sul recebe financiamento islâmico

on qua, 16/01/2013 - 08:29
quarta-feira, 16 Janeiro, 2013 - 08:30

Um pequeno banco de investimento do golfo Pérsico obteve milhões de dólares em financiamento enquadrado às normas da sharia (lei islâmica) para uma usina brasileira de açúcar e álcool.

O acordo, intermediado pelo Abu Dhabi Equity Partners, vai financiar um produtor de álcool químico não identificado em Mato Grosso do Sul. O montante não foi revelado, mas uma operação desse tipo costuma envolver de US$ 5 milhões a US$ 25 milhões.

"Temos uma região com excesso de energia e capital, e eles têm um mercado imenso onde as duas coisas são mais escassas", Muneef Tarmoom, fundador do Abu Dhabi Equity Partners.

Segundo ele, o etanol envolvido na transação bastaria para abastecer 50 mil carros por uma semana.


As transações bancárias islâmicas encorajam negócios baseados em ativos, proíbem a aceitação de juros e evitam atividades que a religião vê como pecaminosas (fumo e bebida alcoólica, por exemplo).

Ainda que a companhia brasileira produza álcool, a transação respeita as normas da sharia porque o produto não está sendo fabricado para consumo humano.

DE OLHO NO ATIVO

O acordo envolve aquisição do etanol pelo banco que concede o empréstimo e, depois de um período de três meses, o produtor de álcool pode vender o produto.

Como resultado da venda, o banco recebe de volta o investimento inicial e mais uma taxa determinada de lucro. Os lucros adicionais são pagos ao agricultor.

Ainda que a transação seja complexa, Tarmoom, do Abu Dhabi Equity Partners, diz que ela destaca o desejo dos investidores de conceder empréstimos garantidos por ativos físicos diretos.

O acordo permite que o financiador confira o ativo por meio de uma câmera instalada no armazém.

Ele também demonstra como companhias de menor porte, como o Abu Dhabi Equity Partners, estão criando novas possibilidades de investimento para os prósperos investidores islâmicos.

(Fonte: FINANCIAL TIMES, tradução de PAULO MIGLIACCI/Folha Online)